Dados do Trabalho

Título

Perfil epidemiológico das internações por dengue nas macrorregiões de Pernambuco, no período de 2014 a 2024.

Fundamentação/Introdução

A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses, é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. A infecção pelo vírus da dengue causa uma doença de amplo espectro clínico, incluindo desde formas oligossintomáticas até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. As altas taxas de internações e de mortalidade da dengue no nosso país tornam necessário revisar os principais aspectos desta doença.

Objetivos

Avaliar o perfil epidemiológico de internações por dengue nas macrorregiões de saúde de Pernambuco no período de 2014 a 2024.

Delineamento e Métodos

Estudo ecológico, dados obtidos do SINAN, abrangendo casos internações por dengue no estado de Pernambuco, no período de 2014 a 2024. As variáveis consideradas foram macrorregiões de Pernambuco, mês, ano, faixa etária, evolução e óbitos.

Resultados

Durante o período analisado, foram registrados 8131 casos de internações por dengue no estado de Pernambuco. A macrorregião Metropolitana apresentou o maior número de casos, 6221. A macrorregião Agreste teve 798 casos, o Sertão 603 e o Vale do S.Francisco e Araripe somou 443 casos. Em termos de distribuição mensal, o mês de maio teve o maior número, totalizando 1204, seguido de abril, com 1103 casos. No que diz respeito ao ano, 2019 foi o mais crítico, com 1885 casos, enquanto 2014 registrou o menor número, com 284 casos. Quanto à faixa etária, a maior incidência foi entre pessoas de 20 a 39 anos, com 1.960 casos, seguida pela faixa etária de 40 a 59 anos, com 1334 casos, e crianças de 5 a 9 anos, com 1199 casos. Em termos de evolução dos casos, a maioria resultou em cura, totalizando 3983, enquanto houve 97 óbitos registrados.

Conclusões/Considerações finais

O estudo revelou que as internações por dengue no estado de Pernambuco apresentam uma distribuição heterogênea entre suas macrorregiões, sendo a região Metropolitana com maior registro de casos. A análise temporal mostrou um pico significativo de internações no mês de maio, com o ano de 2019 sendo particularmente crítico. As faixas etárias mais afetadas foram as de 20 a 39 anos e 40 a 59 anos, evidenciando a necessidade de estratégias de prevenção direcionadas a essas populações. A alta taxa de cura indica um manejo clínico eficaz, embora a mortalidade registrada sublinhe a gravidade da doença e a necessidade contínua de aprimorar as políticas de saúde pública e de vigilância epidemiológica para reduzir a incidência e a mortalidade por dengue em Pernambuco.