Dados do Trabalho

Título

RECUPERAÇÃO COMPLETA DA FUNÇÃO RENAL APÓS NEFROSTOMIA EM PACIENTE COM NEOPLASIA DE COLO UTERINO ESTÁGIO 4A

Introdução/Fundamentos

O câncer de colo uterino, embora prevenível, ainda é uma das neoplasias mais prevalentes entre as mulheres brasileiras. Infelizmente, muitas pacientes acabam enfrentando complicações decorrentes dessa neoplasia por atraso no diagnóstico, sendo frequentemente necessário intervenções paliativas como a nefrostomia para melhorar a qualidade de vida.

Objetivos

Relatar um caso de recuperação da função renal após realização de nefrostomia percutânea em paciente com câncer de colo uterino avançado.

Descrição do Caso

Paciente de 46 anos, dona de casa, menopausada há 5 anos, com história de sangramento vaginal intermitente há 8 meses da admissão, com piora da metrorragia associada à dor abdominal nos últimos 3 meses, foi internada na enfermaria de ginecologia com queixa de urina hemática e oligúria há 48 horas, para realização de biópsia sob suspeita de câncer de colo do útero. No mesmo dia, evoluiu com anúria e sintomas urêmicos (soluço intermitente, anorexia e letargia), sendo iniciada diálise por suspeita de obstrução ureteral. Foi realizada tomografia de abdome inferior, na qual foram visualizadas massas anexiais acometendo os ureteres bilateralmente. Diante disso, a paciente foi encaminhada à enfermaria de clínica médica para continuidade dos cuidados. Desde então, passou a realizar hemodiálise três vezes por semana, mantendo-se anúrica até a realização de nefrostomia bilateral, realizada 17 dias após a admissão. Nos exames pré-procedimento, a paciente apresentava creatinina de 5,3 mg/dL após diálise (com um máximo de 9,2 mg/dL antes da diálise). O serviço não dispunha da dosagem de ureia no momento. Após 24 horas da realização do procedimento, a paciente relatou sensação de desejo miccional e diurese espontânea via nefrostomia, com débito variando de 1900 a 3300 mL/dia. Os exames laboratoriais da paciente mostraram evolução com creatinina de 1,1 mg/dL e manutenção de diurese superior a 1,4 mL/kg/h. Diante disso, as sessões de diálise foram suspensas, e a paciente se manteve sem novas intercorrências urinárias até o dia de seu falecimento.

Conclusões/Considerações Finais

A paciente apresentou recuperação significativa da função renal após a inserção de nefrostomia, procedimento necessário devido à obstrução bilateral dos ureteres. A intervenção precoce foi crucial para aliviar a obstrução e restaurar o fluxo urinário, prevenindo danos renais permanentes. Esse caso destaca a importância da identificação rápida e tratamento adequado de obstruções urinárias para preservar a função renal e melhorar o prognóstico do paciente.