Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

ESPONDILITE ANQUILOSANTE COM UVEÍTE ANTERIOR: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A espondilite anquilosante é uma doença inflamatória crônica autoimune dentro do grupo das espondiloartrites soronegativas que afeta, em maior grau, as articulações da coluna vertebral e sacroilíacas a partir de um processo inflamatório que acontece no local de inserção de um ligamento ao osso. A uveíte anterior é uma inflamação, cujo foco primário do processo de lesão é na porção ocular anterior.

Objetivos

Descrever um relato de caso de espondilite anquilosante associado à uveíte anterior em um paciente jovem.

Descrição do Caso

Paciente, sexo masculino, de 22 anos, branco, natural e residente em Garanhuns- PE, tabagista, buscou atendimento hospitalar, referindo queixas de lombalgia de longa data com piora ao repouso, melhora com movimentação e está associada à rigidez matinal de quase 30 minutos. Além disso, o paciente mencionou dor ocular unilateral, fotofobia e notou um padrão de hiperemia ocular. No exame físico, foi evidenciado um quadro de limitação do movimento ao fletir a coluna para o teste de Shöber, apresentou um quadro álgico na região da articulação sacroilíaca contralateral ao teste de Patrick. Na inspeção ocular, o paciente apresentava hiperemia.
Foram solicitados alguns exames, dentre eles o HLA-B27 que positivou na amostra colhida, PCR e VHS se mostraram em níveis elevados. Apresentou o fator reumatóide, anti-CCP e sorologias para hepatite B e C negativos. Ao solicitar a radiografia, foram identificados padrões sugestivos de sindesmófitos simétricos na região terminal da coluna e sacral. A partir dos critérios clínicos apresentados pelo paciente, dos achados na radiografia e do exame laboratorial, foi proposto o diagnóstico de espondilite anquilosante com complicação de uveíte anterior. Para o alívio da dor, foi proposto o uso de Tramadol. Posteriormente, foi recomendada a interrupção do tabagismo, fisioterapia para fortalecimento muscular, encaminhamento ao oftalmologista e indometacina ao sentir dor. Foi orientado a procurar o serviço caso houvesse piora do quadro.

Conclusões/Considerações Finais

O caso ilustra uma apresentação que é uma possível complicação da espondilite anquilosante em um paciente jovem com quadro diverso, fato esse que chama atenção para o desafio diagnóstico precoce. Por isso, é preciso entender e identificar os padrões clínicos para reconhecer diagnósticos singulares, evitando repercussões negativas aos pacientes.

Área

Tema Livre

Instituições

Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

PAULO EDUARDO GOMES DA SILVA, Cecília Mireles Leite Pereira, Saulo Emanuel de Lima  Melo