Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Fístula Liquórica Espontânea em Topografia de Teto Etmoidal à Direita: Um Relato de Caso.

Introdução/Fundamentos

A fístula liquórica (FL) consiste em uma comunicação anormal entre o espaço subaracnoideo do crânio e a cavidade nasal. Essa condição permite que o líquido cefalorraquidiano (LCR) escape do espaço intracraniano para fora. Clinicamente o paciente apresenta rinoliquorreia ou otoliquorréia, geralmente de caráter unilateral. As fístulas liquóricas nasais espontâneas são eventos incomuns, representando cerca de 3% dos casos. Consequentemente, existe uma lacuna considerável na literatura sobre essa condição, o que reforça a importância de tratá-la como um tema relevante para a comunidade científica.

Objetivos

Relatar o caso de uma portadora de uma FL espontânea, destacando os aspectos clínicos, tratamento cirúrgico adotado e os fundamentos importantes evidenciados na literatura médica.

Descrição do Caso

JM, 56 anos, sexo feminino, foi atendida no ambulatório de otorrinolaringologia com queixa de perda intermitente de líquido claro pela fossa nasal direita há três meses. Relata que não houve nenhum trauma cranioencefálico ou cirurgia prévia e associa a piora dos sintomas quando realiza flexão anterior da cabeça. Nega febre, cefaléia, alterações no olfato e tosse. Solicitou-se a realização de dosagem de glicose de líquido nasal, a qual constatou valor acima do normal, corroborando a hipótese diagnóstica de FL espontânea. Devido às queixas de obstrução nasal foi receitado o uso de Bilastina e Furoato de Mometasona. A tomografia computadorizada dos seios da face constatou espessamento mucoso nos seios maxilares,mas com pouca ou quase nenhuma visualização anatômica da fístula, apesar de concomitantemente ter confirmado o diagnóstico de FL em topografia de teto etmoidal a direita. A punção lombar do LCR evidenciou pressão liquórica elevada. Sendo assim, foi prescrito para a paciente o uso de Acetazolamida até a correção cirúrgica. A abordagem endoscópica nasal foi realizada após a injeção de solução de fluoresceína 5% em região intratecal por punção lombar durante o intra-operatório, após identificação da fístula foi utilizada cartilagem septal e um retalho da mucosa nasosseptal com cola de fibrina para correção.

Conclusões/Considerações Finais

Por se tratar de uma patologia rara, a FL espontânea exige a necessidade de discussões aprofundadas e estudos mais abrangentes. Isso contribuirá para a melhoria do diagnóstico e das abordagens terapêuticas, dada a escassez de informações na literatura médica sobre esse tema.

Área

Tema Livre

Instituições

Centro Universitário Maurício de Nassau - Pernambuco - Brasil

Autores

DANIELI REIS MIRANDA FILHA, CAMILA MARIA BERTÃO CARVALHO