Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Tireotoxicose no primeiro trimestre gestacional: relato de caso, revisão do diagnóstico diferencial e manejo

Introdução/Fundamentos

Em mulheres adultas em idade fértil os problemas de tireóide são comuns, durante a gravidez esses distúrbios podem ter consequências consideráveis. A autoimunidade tireoidiana está associada a complicações gestacionais, como à tireotoxicose não controlada, hipotireoidismo não tratado, tireotoxicose transitória e também pode causar bócio. Alterações dos níveis hormonais da tireóide nesse período também se relacionam com o aumento dos níveis circulantes de gonadotrofina coriônica (hCG), a hCG liga-se ao receptor do hormônio estimulante da tireoide (TSH), levando à produção do hormônio tireoidiano, essa estimulação do eixo explica por que as gestantes geralmente apresentam níveis de TSH mais baixos, especialmente no primeiro trimestre.

Objetivos

Analisar a relação da tireotoxicose com o beta HCG na gestação e seus diagnósticos diferenciais.

Descrição do Caso

Paciente do sexo feminino, 25 anos, compareceu com 6 semanas gestacionais, em uso apenas de ofolato de 2.000 UI ao dia, relatando que com 5 semanas gestacionais fez exame revelando TSH supresso e anti-TPO positivo. Além disso, relatou uma perda gestacional há 4 meses, com 7 semanas de idade gestacional. Os exames da gestação anterior com T4 livre e TSH dentro da normalidade. Desconhecia tireoidopatias em familiares. Ao exame físico, pressão arterial e frequência cardíaca normais e presença de bócio. Diante do quadro de TSH supresso durante primeiro trimestre gestacional associado com o histórico de perda fetal e tireoidite de Hashimoto, levantou-se as hipóteses: Tireotoxicose gestacional associada à elevação do beta-HCG? Hashitoxicose? Descartar coexistência anti-TPO. Na segunda consulta, paciente relata muito enjoo e uma dejeção diarreica ao dia. Os resultados dos exames solicitados apresentou uma normalização do TSH e T4 livre, anti-TPO positivo; TRAB negativo e bócio com alteração ecotextural difusa. Logo, diante do quadro fechou-se o diagnóstico de tireotoxicose gestacional associada à elevação do beta-HCG, o qual se apresenta em resolução, e tireoidite de Hashimoto, atualmente eutireoidiana. Por fim, a paciente vem se mantendo na meta de segurança do TSH na gestação sem a necessidade de iniciar levotiroxina e sendo acompanhada e orientada sobre as intercorrências.

Conclusões/Considerações Finais

O estudo enfatiza a relevância do monitoramento da tireoide e a necessidade de diagnósticos diferenciais precisos precoces para prevenir complicações graves durante a gestação.

Área

Tema Livre

Instituições

Faculdade Estácio IDOMED - Bahia - Brasil

Autores

MARIA EDUARDA MENEZES FEITOSA, ENZO LOANDROS OLIVEIRA, MARIA LUIZA ARAÚJO E SILVA, LUCÉLIA DE LIRA BEZERRA, MILENA PEREIRA DE CARVALHO