Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

MODIFICAÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO INFARTO DO MIOCÁRDIO DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19 NO NORDESTE DO BRASIL

Fundamentação/Introdução

Com a instituição da pandemia houve um aumento nos casos de IAM. A infecção pelo SARS-CoV-2 está diretamente relacionada com a trombogênese do vírus, que causa resposta inflamatória com a produção de citocinas, como IL-2, IL-8 e IL-10, e pode levar à ativação da cascata de coagulação com aumento dos fatores pró-coagulantes. Deste modo, são escassas análises epidemiológicas sobre a incidência de infarto entre os períodos pré-pandemia e pandemia no nordeste do país.

Objetivos

Verificar a incidência e o perfil epidemiológico (sexo, etnia e idade) de IAM durante a pandemia da COVID-19 e o período precedente no nordeste do Brasil.

Delineamento e Métodos

Esse é um estudo epidemiológico retrospectivo que comparou dados entre o período pré pandemia e o período pandêmico. Foram utilizados dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, Sistema de Informações Hospitalares do SUS dos últimos sete anos, no período pré pandêmico e pandemia da COVID-19 nos anos de 2016 a 2023. Usou-se os descritores: “Síndrome Coronariana Aguda”, “Infarto Agudo do Miocárdio”, “Região Nordeste”, “COVID-19” e “SARS-Cov-2”.

Resultados

No nordeste brasileiro, foram notificados 92.726 casos de IAM no período de pandemia, tendo um aumento de 15,17% nos internamentos comparado com a análise de igual período que antecedeu a pandemia, de outubro/2016 a fevereiro/2020, com 80.508 casos de internamentos. Foi observado que homens tiveram um aumento de 2,83% nos internamentos, já as mulheres tiveram aumento de 0,4% de internamentos na pandemia. Com relação à raça, pessoas brancas tiveram 23,4% a mais em internações, pessoas pretas tiveram queda de 6,7% nos casos, indivíduos pardos tiveram um aumento de 21,5%, houve uma queda de 40,6% em pessoas amarelas e indígenas não tiveram alteração. Ao verificar os dados pela idade, foi visto que os adultos jovens tiveram pouca mudança nos resultados nos dois períodos, já adultos acima de 40 anos tiveram maior incidência de internamento durante a pandemia.

Conclusões/Considerações finais

Ao examinar os dados, observou-se aumento de 15,17% dos internamentos por IAM durante a pandemia da COVID-19 no nordeste do Brasil em relação ao período precedente. O sexo masculino teve maior incidência em relação as mulheres, bem como pessoas de raça branca tiveram maior índice de casos notificados.

Área

Tema Livre

Instituições

Faculdade de Medicina de Olinda - Pernambuco - Brasil

Autores

ANA BEATRIZ ALVES CAVALCANTE, GABRIELA GOVEIA DE SOUSA CASTILHO DE LIMA, FRANCISCO ORLAN DE SOUSA NETO, SARAH ELLEN ALVES SOARES, LEANDRO SOARES DE ANDRADE BARROS