Dados do Trabalho
Título
Embolia pulmonar séptica em paciente com piomiosite tropical: um relato de caso
Introdução/Fundamentos
A piomiosite tropical, infecção bacteriana aguda causada principalmente pelo Staphylococcus aureus, comumente se apresenta com dor muscular, febre e formação de abscessos envolvendo compartimentos profundos de tecidos moles. O diagnóstico é estabelecido clinicamente, apoiado por exames de imagem e histopatológico. A terapia antibiótica direcionada e o desbridamento cirúrgico são os pilares do tratamento. Seu prognóstico é bom, mas depende de intervenção precoce e antibióticos adequados. Apesar de raras, complicações graves como embolia pulmonar séptica podem ocorrer, contribuindo para a gravidade do quadro clínico.
Objetivos
Relatar caso de piomiosite tropical com complicação grave de embolia séptica em paciente jovem.
Descrição do Caso
Homem, 26 anos, privado de liberdade, sem comorbidades prévias, admitido na sala de emergência em 2023 com relato de lesões purulentas inicialmente em região glútea - com posterior disseminação - associada a dor muscular difusa, edema e febre aferida há 10 dias de admissão, refratária a esquemas antibióticos prévios. No exame admissional, em inspeção, observados múltiplos abscessos em membros superiores e inferiores, sendo iniciada investigação. Realizada drenagem de abscesso em glúteo em bloco cirúrgico e iniciada oxacilina. Após hemocultura positiva para S. aureus resistente a oxacilina, optado por trocar esquema para vancomicina.
Diante de paciente com quadro de múltiplos abscessos, sem focos de inoculação, febre persistente e infecção de corrente sanguínea por S. aureus, aventada a hipótese de piomiosite tropical e mantida antibioticoterapia. Durante internamento, evoluiu com queixa de dor torácica ventilatório-dependente à esquerda, sendo solicitada tomografia de tórax, com achado de derrame pleural moderado e sinais de embolia séptica. Realizado estudo do líquido pleural, sem sinais de complicação, sendo optado por manutenção de tratamento. Como achados sugestivos de embolia pulmonar, realizados ecocardiogramas transtorácico e transesofágico, sem vegetação.
Paciente evoluiu clinicamente bem, sem novos picos febris, exames laboratoriais em melhora, sendo optado por manutenção de esquema antimicrobiano por 05 semanas, devido infecção complicada com focos metastáticos. Após alta hospitalar, no retorno ambulatorial, paciente estava assintomático.
Conclusões/Considerações Finais
O reconhecimento precoce e o tratamento adequado da piomiosite tropical são cruciais para prevenir a disseminação hematogênica e suas complicações graves, como a embolia séptica.
Área
Tema Livre
Instituições
Hospital Miguel Arraes - Pernambuco - Brasil
Autores
ANA CAROLINA DE GODOY ARAÚJO, KARINE DE LIMA FIGUEIRAS, PEDRO HENRIQUE DE PAULA LEMOS, MARIA RUTH TAVARES ARARUNA, LUCAS PRYSTHON MELLO DE ALBUQUERQUE CARDOSO