Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO DA IMUNODEFICIÊNCIA COMUM VARIÁVEL EM PACIENTE COM HISTÓRICO DE PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IDIOPÁTICA: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A imunodeficiência comum variável (ICV) é caracterizada por hipogamaglobulinemia, maior suscetibilidade a infecções sinopulmonares e inflamações. O diagnóstico é desafiador em pacientes com Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI), e os níveis de IgG e IgA são reduzidos, com ou sem a diminuição nos níveis de IgM.

Objetivos

Relatar um caso de ICV em paciente com histórico de PTI em hospital público do Recife.

Descrição do Caso

Trata-se do relato de caso de uma paciente do sexo feminino, 35 anos, com dor torácica ventilatório-dependente (EVA 10/10), picos febris diários e otalgia direita há 4 dias. Ao exame físico: linfonodomegalia em cadeia cervical anterior bilateral supraclaviculares, com linfonodos móveis e indolores de até 2 cm. Na otoscopia: presença de líquido retro timpânico à direita, na ausculta pulmonar, murmúrio vesicular diminuído à direita. Tem histórico de PTI, tratada com rituximab sem resposta. Por isso, foi realizada esplenectomia. Os exames laboratoriais mostraram leucocitose (32.300/mm³) e plaquetose (480.000/mm³). O mielograma foi característico de doença proliferativa crônica T. Realizou algumas biópsias de linfonodo e um exame de PET CT que demonstraram uma hiperplasia linfoide e hipermetabolismo compatíveis com doença reacional, afastando a possibilidade de neoplasia hematológica. A ICV foi confirmada com IgM 25 mg/dL (VR:40-230), IgG 270mg/dL (VR: 540-1822) e IgA 40mg/dL(VR: 70-400). A biópsia excisional de linfonodo inguinal e a imunofenotipagem confirmaram a ICV com positividade para CD2, CD3, CD7, CD8, TCR gama-delta, TCR gama-beta, CD43 e CD57. A TAC de tórax apresentou linfadenomegalia infracarinal de 2cm, além de consolidação com broncograma aéreo, o que corrobora com o quadro de infecções sinopulmonares da ICV.

Conclusões/Considerações Finais

Portanto, evidencia-se a complexidade do diagnóstico de ICV em pacientes com diagnóstico prévio de PTI. Por isso, a superposição de sintomas e a necessidade de exames específicos exigem uma abordagem minuciosa e abrangente para assegurar o diagnóstico preciso e tratamento adequado.

Área

Tema Livre

Instituições

Hospital Agamenon Magalhães - Pernambuco - Brasil

Autores

LIVIA MARIA ALVES DE SOUZA, Marcelo Pereira Da Silva, Gabriel Veiga Diniz Da Silva, Júlia Veiga Diniz Da Silva, Lorena Nascimento Paiva