Dados do Trabalho
Título
Adenocarcinoma pulmonar sólido com mutação em EGFR e metástase óssea e hipofisária, sob uso adjuvante de Osimertinibe: um relato de caso
Introdução/Fundamentos
O adenocarcinoma pulmonar é um câncer de pulmão de células não pequenas, comumente associado a mutações no gene do receptor de fator de crescimento epidérmico (EGFR), sobretudo nos éxons 19 e 21. As terapias atuais se baseiam no uso de inibidores desse receptor, os quais têm se provado superiores à quimioterapia à base de platina, por promoverem uma maior sobrevida livre de progressão (PFS) e por serem bem tolerados dentre os pacientes, sendo Osimertinibe considerada a medicação de primeira linha.
Objetivos
Relatar o caso de paciente com adenocarcinoma pulmonar sólido com metástase óssea e hipofisária, com mutação no éxon 21 do gene EGFR, em controle de sua doença a partir do uso de Osimertinibe.
Descrição do Caso
Paciente do sexo masculino, 78 anos. Procura assistência médica em junho de 2021 por adinamia, dispneia progressiva, hipotensão recorrente e perda de cerca de 10% de seu peso no curso de seis meses. À investigação, na Tomografia de Tórax com contraste, identificou-se opacidade nodular no segmento superior do lobo pulmonar esquerdo, opacidade em vidro fosco no lobo inferior esquerdo e derrame pleural à esquerda. Sem antecedente pessoal de tabagismo ou familiar de neoplasia de pulmão. Foi encaminhado para procedimento cirúrgico com biópsia transoperatória, cujo estudo imuno-histoquímico classificou tal achado como um adenocarcinoma pulmonar, predominantemente sólido, de células claras, com mutação em éxon 21 do gene EGFR e expressão de PD-L1, com TPS=5. Iniciada terapia alvo com Osimertinibe em setembro de 2021. Em PET-CT oncológico de fevereiro de 2022, detectou-se metástase no corpo vertebral de C2, no terço inferior da asa sacral direita e na hipófise. À biópsia hipofisária, detecta-se expressão de TTF-1 (Thyroid Transcription Factor) e de Napsin-A, com necessidade de cirurgia transesfenoidal endoscópica para exérese pituitária e posterior correção de endocrinopatias, sob uso de Prednisona e de Levotiroxina; e de 25 sessões de Radioterapia adjuvante. Encontra-se em excelente controle de doença, sob uso regular de 80 miligramas ao dia do Osimertinibe.
Conclusões/Considerações Finais
Portanto, o desenvolvimento de novas terapias vem revolucionando o tratamento do câncer de pulmão, e, por meio da análise imuno-histoquímica do tecido tumoral, representa uma forma promissora de aumento da sobrevida dos pacientes, apesar de ter um acesso restrito por seu custo elevado.
Área
Tema Livre
Instituições
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Rio Grande do Norte - Brasil
Autores
LEILA MEDEIROS DE AZEVEDO, Cristina Rocha de Medeiros Miranda, Ryan Mourao Paulino, Jose Igor de Souza Barbosa, Lucas Gomes de Assis Ribeiro