Dados do Trabalho

Título

VASCULITE LEUCOCITOCLÁSTICA EM IDOSO: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A vasculite leucocitoclástica é uma condição inflamatória dos pequenos vasos sanguíneos associada a diversas etiologias, incluindo infecções e apesar de raro, existem relatos de associação com osteomielite. Manifesta-se como erupção purpúrica, principalmente nos membros inferiores. O diagnóstico é confirmado por exame histopatológico. O tratamento inclui corticosteróides e agentes citotóxicos, podendo regredir espontaneamente.

Objetivos

Relatar um caso de vasculite leucocitoclástica associada a osteomielite em idoso.

Descrição do Caso

Homem, 63 anos, branco, hipertenso, diabético, com doença arterial obstrutiva periférica e ex-tabagista, com relato de surgimento de manchas arroxeadas em membro inferior direito, além de úlcera não cicatrizada em pé direito. Tais lesões, inicialmente púrpuras palpáveis, progrediram até os joelhos, acometendo também membros superiores e face, evoluindo para bolhas, sem prurido ou dor associados. Queixava-se ainda de astenia e febre não aferida, além de episódio diarréico sem caráter invasivo. Usuário de analgésicos e anti-inflamatórios por dor em membro inferior, referia ter utilizado diclofenaco cerca de três dias antes do aparecimento das lesões. Procurou serviço de emergência, onde foi constatada anemia e proteinúria, sendo encaminhado para investigação em hospital terciário. Pelo fato das lesões purpúricas serem palpáveis aventou-se a possibilidade de vasculite, sendo solicitado dosagem de complemento que foram normais e anticorpos antinucleares não reagentes, além de sorologias para infecções sexualmente transmissíveis não reagentes e dosagem de IgA normal. Houve piora da função renal, com queda do clearance de creatinina de 85, para 48 mL/min/1,73m2. Pela úlcera não cicatrizada em pé direito, foi aventada a suspeita de osteomielite, tendo sido realizada uma ressonância magnética, que confirmou com tal diagnóstico. Optou-se por iniciar terapia com linezolida e piperacilina/tazobactan. Ecocardiograma transtorácico não sugeriu endocardite. Biópsia de pele encontrou achados compatíveis com vasculite leucocitoclástica. Paciente realizou pulsoterapia com metilprednisolona por três dias, seguido de prednisona 40 mg por dia, com melhora importante.

Conclusões/Considerações Finais

O caso representa um desafio no diagnóstico de vasculite leucocitoclástica. A associação com a osteomielite é uma possibilidade, já que a infecção pode ser um dos seus fatores desencadeantes, sendo relevante o diagnóstico precoce para o melhor prognóstico do paciente.