Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Lúpus eritematoso sistêmico com polimiosite sobreposta: um relato de caso.

Introdução/Fundamentos

Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) e a polimiosite (PM) são doenças reumatológicas imunomediadas e mais prevalentes em mulheres. Apesar da sobreposição de afecções reumatológicas ser comum, são raros os casos de LES com PM sobreposta. Quadros graves e refratários de LES podem ser tratados com imunobiológicos, para controle da doença. Os agentes imunobiológicos são medicamentos que possuem alvos moleculares específicos e podem ser administrados no tratamento de múltiplas patologias autoimunes.

Objetivos

Objetivos: Relatar um caso de paciente com LES e polimiosite sobreposta e registrar o uso de imunobiológico para o controle de doenças reumatológicas associadas e refratárias.

Descrição do Caso

Descrição do caso: Paciente sexo feminino, 24 anos, parda, apresentou febre, mialgia, anemia, leucopenia, alopecia não cicatricial, rash cutâneo em face, pescoço, tórax, membros superiores e dorso, derrame pleural, derrame pericárdico, FAN 1/2.560 pontilhado grosso, C3, C4 e CH50 consumidos, anti-DNA 1/40 e anti-SM 17, sendo diagnosticada com LES. Iniciou o tratamento com prednisona, mas, devido à dificuldade de controle da atividade da doença, foi optado por realizar pulsoterapia, inicialmente com imunoglobulina por 05 dias, seguida de metilprednisolona por 03 dias, retornando posteriormente à corticoterapia. Ao longo do internamento, a paciente apresentou uma piora clínica, com fraqueza muscular proximal, aumento progressivo de creatinoquinase (CK), com valor máximo de 7.139 U/L e eletromiografia sugestiva de miopatia ativa, sendo compatível com polimiosite, apesar de anti-Jo1 não reagente. Devido ao quadro, a paciente necessitou ser submetida a pulsoterapia com ciclofosfamida (por indisponibilidade de rituximabe), além de ser iniciada fisioterapia motora, porém sem melhora. Diante disso, foi optado por realizar infusão de rituximabe, sem intercorrências, com melhora clínica e laboratorial. A paciente permaneceu com doença controlada, clínica e hemodinamicamente estável, recebendo alta hospitalar com programação de acompanhamento ambulatorial com novas infusões do medicamento.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusão: O uso de imunobiológico mostrou-se uma opção efetiva tanto para o controle de polimiosite sobreposta quanto para o lúpus eritematoso sistêmico refratário ao tratamento de primeira linha.

Área

Tema Livre

Instituições

Faculdade de Medicina de Olinda - Pernambuco - Brasil, Hospital Getúlio Vargas - Pernambuco - Brasil, Universidade Católica de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

CAMILA AMORIM DE ARAÚJO, GIOVANA TEIXEIRA MARTINS CAVALCANTI, JOSÉ KAELLYSON BARBOSA DOS SANTOS OLIVEIRA, MARIA CLARA SILVA ROCHA, ANA LETÍCIA DE SOUZA AQUINO