Dados do Trabalho

Título

OSTEOARTROPATIA HIPERTRÓFICA SECUNDÁRIA A NEOPLASIA DE PULMÃO: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

Osteoartropatia hipertrófica é uma condição rara, caracterizada por artrite, baqueteamento digital e periostite de ossos longos, classificada, fisiopatologicamente, como primária ou secundária. A síndrome secundária, forma mais comum, está associada a várias patologias, sendo as neoplasias pulmonares as principais.

Objetivos

Descrever a evolução de um paciente com osteoartropatia hipertrófica e sua etiologia.

Descrição do Caso

Paciente do sexo masculino, 62 anos, hipertenso, ex-tabagista e ex-etilista de longa data, admitido com quadro de febre, perda de peso e poliartrite ascendente em pequenas, médias e grandes articulações há 05 meses, referia quadro prévio de diarreia aquosa crônica, com duração de 04 meses, iniciado 2 semanas antes do quadro articular. No exame físico, além de febre e baqueteamento digital, apresentava dor articular inflamatória para a qual foram prescritos analgesia simples e prednisona (20mg ao dia). Exames laboratoriais revelaram anemia normocítica - normocrômica e PCR elevado. Sorologias para HIV, Hepatite B e C foram negativas. Não houve consumo de complemento e pANCA e cANCA foram normais. Radiografias de ossos longos mostraram periostite. A tomografia computadorizada (TC) de tórax evidenciou formação expansiva heterogênea de contornos lobulados em lobo inferior de pulmão esquerdo e linfonodomegalias mediastinais e hilar. TC abdome e colonoscopia com biópsia de cólon foram normais. No internamento, realizou biópsia de lesão pulmonar. Persistiu com febre diária, passando a apresentar tosse produtiva. Por possível pneumonia nosocomial, fez uso empírico de Piperacilina-Tazobactam por 07 dias. Também foi prescrito codeína para melhor controle da artralgia e, paralelamente, controle da tosse. Evoluiu com melhora da dor e ausência de febre por mais de 48h, recebendo alta com orientações para resgatar laudo histopatológico da lesão pulmonar e para seguimento clínico ambulatorial.

Conclusões/Considerações Finais

A osteoartropatia hipertrófica secundária à neoplasia, apesar de ser rara, apresenta alto grau de morbidade e incapacidade. Portanto, o conhecimento de suas características e da sua progressão se faz importante para o diagnóstico precoce e a terapêutica adequada.