Dados do Trabalho
Título
POLINEUROPATIA COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE POLIANGEÍTE MICROSCÓPICA
Introdução/Fundamentos
Introdução: A poliangeíte microscópica (PAM) é uma vasculite rara que afeta predominantemente pequenos vasos e se apresenta de forma variável em termos de manifestação e gravidade. Os órgãos mais acometidos incluem pulmões e rins.
Objetivos
Objetivos: Relatar um caso de PAM com manifestação inicial incomum, contribuindo para a difusão do conhecimento sobre a doença.
Descrição do Caso
Descrição do caso: Homem, 61 anos, com quadro de dor intensa e parestesias em membros inferiores (MMII) há 2 meses, associados a astenia e perda ponderal não intencional importante. Inicialmente apresentava força e sensibilidade preservadas, entretanto, ele evoluiu com paraparesia e os sintomas progrediram para os membros superiores, sendo, então, referenciado à Hospital terciário. Negava quadro viral anterior ao início dos sintomas. Eletroneuromiografia de MMII sugeria Síndrome de Guillain-Barré (SGB), e os exames admissionais mostraram anemia normocítica e normocrômica, alteração renal leve (creatinina 1,3) e VHS elevado (63). Vitamina B12 e sorologias virais sem alterações. Tomografias de tórax, abdome e pelve normais. A hipótese de SGB foi descartada, devido à ausência de achados sugestivos na análise do líquido cefalorraquidiano. Durante o internamento, surgiram livedo reticular e lesões purpúricas puntiformes em MMII. Investigação sequencial mostrou FAN (1:80 padrão nuclear pontilhado), p-ANCA (1:320) e ANTI-MPO (196) reagentes. Diante do exposto, foi feito o diagnóstico de Poliangeíte Microscópica. Iniciada pulsoterapia com metilprednisolona seguida de ciclofosfamida. Após a terapia instituída, houve melhora significativa dos quadros neurológico e álgico, e o paciente conseguiu deambular com pouco auxílio. Atualmente, segue em acompanhamento ambulatorial com reumatologia e fisioterapia motora com recuperação progressiva da funcionalidade.
Conclusões/Considerações Finais
Conclusão/Considerações finais: Pacientes com PAM geralmente apresentam de início sintomas inespecíficos, como febre, astenia e perda ponderal. A fase prodrômica pode durar de semanas a meses, sem evidência de envolvimento de órgãos específicos. Neste caso, a polineuropatia sem outros achados evidentes para a doença tornaram o diagnóstico desafiador. Destaca-se que a PAM é uma doença rapidamente progressiva e que pode se manifestar de diversas formas, sendo de extrema importância o diagnóstico precoce e a intervenção terapêutica adequada, minimizando-se assim lesões em órgãos-alvo e impactando diretamente no prognóstico desses pacientes.
Área
Tema Livre
Instituições
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - Pernambuco - Brasil, Universidade Federal de Campina Grande - Paraíba - Brasil
Autores
JESSICA AMORIM CASTRO, Renata Carneiro Melo, Victor Francisco da Silva Souza, Thainá Rodrigues Evangelista, Ana Caroline Paraguay Martins