Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Extensa trombose venosa profunda bilateral em membros inferiores secundária à veia cava inferior duplicada: Relato de caso

Introdução/Fundamentos

A veia cava inferior (VCI) duplicada é uma malformação vascular congênita rara, com prevalência de cerca de 0,2-3%, com poucos relatos de casos documentados. Em geral, o paciente mantém-se assintomático, porém, quando evolui com complicações como trombose venosa profunda (TVP), é necessário iniciar anticoagulação ou, quando esta estiver contraindicada, ponderar implante de filtro de veia cava.

Objetivos

Ressaltar causas anatômicas no diagnóstico diferencial de TVP.

Descrição do Caso

Paciente D.F.S.S., masculino, 28 anos, natural de Olinda-Pernambuco e procedente de Recife-Pernambuco, sem comorbidades prévias, admitido em serviço de clínica médica com queixa de lombalgia bilateral há 13 dias, sem relação com a movimentação, associado a progressivo edema simétrico em membros inferiores (MMII), hiperemia, dor e empastamento das panturrilhas com claudicação. Negava queixas urinárias, corrimento uretral, dispneia, dor torácica, tosse, diarreia, sangramentos, perda de peso ou outras queixas. Também negou quadro semelhante prévio, cirurgias, imobilização ou viagens longas recentes. A ultrassonografia (USG) doppler de MMII evidenciou sinais ecográficos sugestivos de extensa TVP aguda nas veias ilíacas comuns e ilíacas externas bilateralmente, sendo iniciada anticoagulação plena com enoxaparina. Para melhor elucidação diagnóstica, foram solicitadas Angio tomografia (TC) de tórax (estudo negativo para tromboembolismo pulmonar) e TC de abdômen com contraste, sendo visualizada extensa falha de enchimento em veias ilíacas comuns, internas e externas, sugerindo trombose estendendo-se até a VCI que apresentava-se duplicada (variação anatômica). Após início de tratamento com anticoagulação plena, paciente evoluiu com melhora clínica e recebeu alta hospitalar em uso contínuo de anticoagulação com Rivaroxabana, conforme orientação da equipe de cirurgia vascular.

Conclusões/Considerações Finais

A VCI duplicada seja uma variação anatômica rara, comumente evidenciada de forma incidental em exames de imagem para avaliar o aparelho geniturinário. O paciente em questão foi diagnosticado após complicação trombótica de tal anomalia, iniciando o tratamento com anticoagulação, sem indicação de implante de filtro de veia cava. Diante disso, é importante levar em consideração as causas anatômicas durante a investigação de quadros de TVP em MMII, incluindo agenesia, hipoplasia ou malformação da veia cava inferior e a síndrome de May-Thurner.

Área

Tema Livre

Instituições

HOSPITAL GETÚLIO VARGAS - Pernambuco - Brasil

Autores

TALITA DÂMARIS OLIVEIRA DA SILVA, FRATIANNE GISELLE CAVALCANTI LEAL, LORRANY JUNIA LOPES DE LIMA