Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

A TEMPERATURA CUT NEA PLANTAR E A PRESSÃO PLANTAR MÁXIMA PODEM PREVER O RISCO DE ÚLCERA NOS PÉS DE IDOSOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2? ESTUDO TRANSVERSAL

Fundamentação/Introdução

Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia que produz alterações funcionais e estruturais ao longo dos anos, causando danos neurovasculares progressivos. A úlcera do pé diabético (UPD) é uma das principais complicações do DM e está associada à alta morbimortalidade. Portanto, monitorar o surgimento da UPD é um procedimento essencial para sua prevenção.

Objetivos

Objetivo: Avaliar o uso da temperatura cutânea plantar (TCP) e da pressão plantar máxima (PPM) como indicador do risco de úlcera nos pés de idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2).

Delineamento e Métodos

Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo transversal. A amostra foi composta por 36 idosos com DM2 da região metropolitana de Recife - PE. As imagens termográficas foram coletadas com uma câmera modelo FLIR E40bx® para determinar a TCP e uma plataforma modular baropodométrica MPS Biomech® para determinar a PPM descalço. Para análise, a superfície plantar foi dividida em quatro áreas (hálux, antepé, mediopé e retropé). Os dados foram inseridos no software SPSS, versão 23.0, e analisados em medidas descritivas e estatísticas (Wilcoxon), com nível de significância de 5%. O estudo foi aprovado pelo CEP/CCS/UFPE (Parecer: 2.449.800).

Resultados

Resultados: Foram analisados 72 pés de 36 idosos diabéticos. Maiores valores de temperatura foram observados na região do mediopé do pé direito (x̅ 30,21 ºC) e esquerdo (x̅ 30,19 ºC), e na região do antepé do pé direito (x̅ 29,42 ºC) e esquerdo (x̅ 29,22 ºC). Maiores valores de pressão foram observados na região do retropé do pé direito (x̅ 147,5 kPa) e esquerdo (x̅ 144,47 kPa), e na região do antepé do pé direito (x̅ 128,51 kPa) e esquerdo (x̅ 130,70 kPa). Ao comparar a TCP do pé ipsilateral e o contralateral, foi encontrada diferença significativa na região do retropé (p 0,019), sugerindo assimetria térmica. Valores de assimetria térmica ≥2,2 ºC indicam alto risco de complicação iminente nos pés e são observados nas regiões do hálux e antepé. Na PPM não foi encontrada diferença significativa, apontando uma simetria nos pontos de maior pressão na comparação entre os pés. Valores de PPM ≥111,42 kPa indicam risco de lesões ulcerativas e são observados em ambos os pé nas quatro regiões analisadas.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: Os resultados indicam que a TCP e a PPM são medidas promissoras para prever o risco de UPD em idosos com DM2. A integração dessas medidas no monitoramento do diabetes pode representar um passo crucial na redução do surgimento de UPD.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus Tipo 2; Complicações do Diabetes; Pé Diabético; Termografia; Baropodometria.

Área

Tema Livre

Instituições

Afya – Faculdade de Ciências Médicas (FCM) - Pernambuco - Brasil, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Pernambuco - Brasil

Autores

FRANÇOIS TALLES MEDEIROS RODRIGUES, MURILLO BEZERRA DE LIMA SILVA, RÚBIA RAYANNE SOUTO BRAZ, THAYANE REBECA ALVES DOS SANTOS, MARIA DAS GRAÇAS RODRIGUES DE ARAÚJO