Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Paralisia Periódica Hipocalêmica Tireotóxica: um Relato de Caso.

Introdução/Fundamentos

A Paralisia Periódica Hipocalêmica Tireotóxica (PPHT) é uma complicação rara e potencialmente letal do hipertireoidismo, caracterizada por fraqueza muscular e hipocalemia. É mais prevalente em adultos jovens entre a segunda e a terceira década de vida, de origem asiática e do sexo masculino. Nessa patologia, a maior concentração de hormônio tireoidiano promove uma maior ligação das bombas de Sódio-Potássio-ATPase nas membranas das células esqueléticas, tornando-as mais suscetíveis aos estímulos beta adrenérgicos e de insulina, precipitando a paralisia muscular. O diagnóstico diferencial deve incluir paralisia periódica hipocalêmica familiar, miastenia gravis, Guillain-Barré, distrofia muscular e mielopatia aguda.

Objetivos

Destacar a importância de investigar alterações tireoidianas como diagnóstico diferencial em casos de paresia.

Descrição do Caso

Paciente, do sexo masculino, 29 anos, caucasiano, sem comorbidades prévias, foi admitido em um hospital terciário em Pernambuco, com déficit de força nos membros inferiores e dificuldade para caminhar, condição que começou 24 horas antes da admissão. Ele negou trauma. No exame físico, apresentou quadriparesia com fraqueza proximal, leve hipotonia nos membros inferiores e reflexos bicipital, tricipital e estilorradial, com reflexos patelares e aquileus bilateralmente reduzidos, além de taquicardia. Exames de imagem (tomografia computadorizada de cabeça e coluna vertebral), teste de líquido cefalorraquidiano e eletroneuromiografia não mostraram alterações. Através de exames laboratoriais, causas infecciosas foram descartadas, mas o paciente desenvolveu hipocalemia severa (K 2,8 mEq/L). Dada a taquicardia e a miopatia em investigação com ENMG normal, o hipertireoidismo foi considerado, como evidenciado pelos exames realizados: TSH suprimido (< 0,01 μUI/mL), aumento de T4 livre (6,7 ng/dL), além de TRAB positivo (21 U/L). A ultrassonografia da tireoide mostrou tireoidopatia difusa, sem nódulos. Esses achados contribuíram para o diagnóstico de Doença de Graves, levando à PPHT. A terapia foi iniciada com metimazol 20 mg/dia, propranolol oral e reposição intravenosa de potássio, com remissão completa e gradual dos sintomas.

Conclusões/Considerações Finais

A PPHT não tratada pode levar a hipocalemia severa, eventos cardiovasculares e até morte. Portanto, é necessário investigar alterações tireoidianas como diagnóstico diferencial em casos de paresia e tratá-las imediatamente para evitar desfechos negativos.

Área

Tema Livre

Instituições

HOSPITAL DA RESTAURAÇÃO - Pernambuco - Brasil

Autores

KARINE ESPINOLA CARDINS GOMES, MARIANNE VALENÇA ANDRADE BORBA, MARIA AUGUSTA GUARANA DE SOUSA, ARTUR SILVA TRINDADE, PAULO GOUVEA SILVA DINIZ