Dados do Trabalho
Título
MULHER DE 48 ANOS COM ABERTURA DE QUADRO CLÍNICO TARDIO E DIAGNÓSTICO PARA MIASTENIA GRAVIS: UM RELATO DE CASO
Introdução/Fundamentos
A Miastenia Gravis é uma doença autoimune rara que afeta a junção neuromuscular, com sintomas como fraqueza muscular, ptose palpebral e dispneia. Possui pico de ocorrência entre 20 a 34 anos nas mulheres e 70 a 75 anos nos homens. O diagnóstico requer uma avaliação clínica detalhada e exames complementares. O tratamento visa aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida
Objetivos
Relatar um caso de paciente com história de fraqueza muscular progressiva e diagnóstico de Miastenia Gravis, admitida inicialmente em unidade de emergência, transferida para unidade de terapia intensiva e, posteriormente, para enfermaria, recebendo alta para investigação ambulatorial.
Descrição do Caso
Mulher, 48 anos, sem comorbidades prévias, iniciou quadro de fraqueza muscular progressiva há 1 ano, com fraqueza em membros superiores, ptose palpebral bilateral, disfagia e quedas da própria altura. Devido à progressão dos sintomas, a paciente precisou se afastar das atividades laborais. Apresentou progressão da fraqueza muscular, com disfagia para sólidos, aumento da frequência de quedas e surgimento de disartria.
Em 16/04, apresentou queda da própria altura, associada a incapacidade de sustentar o pescoço e sialorreia, sendo levada à emergência da cidade de Lajedo-PE, onde foi procedida intubação orotraqueal e transferida para hospital de referência, onde realizou tomografia computadorizada (TC) de crânio, sem achados agudos. Foi realizada nova TC de crânio, que mostrou apenas edema cerebral, recebendo alta da neurologia.
Em 22/04, a paciente foi transferida para a UTI, sendo inciada terapia com Ceftriaxona 2g de 12/12h e Aciclovir 10mg/kg de 8/8h, visando cobertura de sistema nervoso central. Realizou coleta de líquido cefalorraquidiano, sem alterações.
Foi realizada extubação no dia no dia 01/05, evoluiu estável e recebeu alta para a enfermaria de Clínica Médica para investigação no dia 06/05. Procedida investigação durante internamento, sem confirmação diagnóstica, e recebeu alta para seguimento ambulatorial.
No dia 19/06/24, apresentou nova crise de fraqueza muscular, com quadro de dessaturação associado, quando foi iniciado tratamento com Prednisona e Piridostigmina empírico, com melhora substancial do quadro.
No ambulatório, foram resgatados anticorpos anti-acetilcolina superior a 8,0 e eletroneuromiografia com comprometimento severo da junção neuromuscular pós sináptico proximal, com decremento chegando a 50%, recebendo diagnóstico de Miastenia Gravis.
Atualmente, está em uso de Prednisona 60mg/dia e Piridostigmina 450mg/dia, evoluindo com melhora progressiva do quadro.
Conclusões/Considerações Finais
É importante levantar hipóteses de doenças raras em casos com quadro clínico com riqueza de sintomas e prejuízo funcional. No caso da Miastenia Gravis, a elucidação diagnóstica e início do tratamento têm impacto positivo e com mudança de qualidade de vida para o paciente.
Área
Tema Livre
Instituições
Hospital Alfa - Pernambuco - Brasil
Autores
ANA CAROLINA GUIMARÃES DE MELO ALBERT, Rafaela Maria Falcão Basílio, Lia Schmitt Aguiar, Catarina França Bandeira, Matheus Henrique Silva Menor