Dados do Trabalho

Título

Evolução temporal e avaliação epidemiológica da taxa de mortalidade por Insuficiência Cardíaca em Pernambuco, entre 2010 e 2022

Fundamentação/Introdução

A insuficiência cardíaca (IC) é caracterizada pela incapacidade do coração de bombear sangue para suprir as necessidades metabólicas do indivíduo. Somente em Pernambuco, em 2023, os custos hospitalares relacionados à IC representaram 33% dos custos totais com doenças cardiovasculares, refletindo o desafio contínuo na abordagem a essa síndrome.

Objetivos

Analisar os aspectos epidemiológicos da taxa de mortalidade relacionados à IC, entre 2010 e 2022, no estado de Pernambuco.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal, quantitativo, observacional e descritivo, com uso de dados do Sistema de Informações do SUS (SIH/SUS) sobre os registros de óbitos por IC em Pernambuco entre 2010 e 2022.

Resultados

Observou-se, durante o período analisado, um total de 11.929 óbitos por IC no estado. As maiores taxas ocorreram em 2022 e 2021, responsáveis por 9,1% e 8,9% do total, respectivamente. Quanto à distribuição por raça/cor, a raça parda acumulou 55,5% dos casos, a raça branca 34,2% e a raça preta 7%. Quanto ao sexo, 50,5% eram do sexo feminino, enquanto 49,5% eram do sexo masculino. Em relação à idade das vítimas, a faixa etária maior de 80 anos representa 45% dos casos. Já as faixas etárias de 60 a 69 anos e de 70 a 79 anos somam 40,5% do total. As regiões com maiores números de óbitos foram a I GERES (Recife), IV GERES (Caruaru) e V GERES (Garanhuns), com 29,2%, 18,2% e 10% dos casos, respectivamente. Com relação ao local de ocorrência, o hospital aparece com o maior número de óbitos, 66%. Em seguida, aparece os óbitos em domicílio, com 27,6%.

Conclusões/Considerações finais

Percebe-se um número importante e em ascensão de óbitos decorrentes de IC em Pernambuco. A diferença de mortes entre sexos não foi significativa. No entanto, a maioria dos óbitos ocorreu em idosos, visto que a faixa etária acima dos 60 anos representou 85,5% do total. Com relação à raça, os pardos e brancos representam a maior parte das vítimas. A maioria dos óbitos ocorreu na I GERES de Pernambuco (Recife) e em hospitais, mas uma grande parte também foi registrada nos domicílios. Esses dados demonstram uma crescente necessidade de medidas que envolvam os cuidados na atenção primária, visando mitigar os fatores de risco que predispõem a IC. Além disso, é importante o incentivo à busca ativa desses pacientes, a fim de permitir um tratamento precoce e efetivo, evitando, inclusive, as mortes sem assistência médica, como visto nas estatísticas.