Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Encefalopatia aguda reversível durante tratamento com capecitabina em paciente diagnosticada com câncer colorretal: Um relato de caso

Introdução/Fundamentos

Introdução: A capecitabina, da classe fluoropirimidina, é uma terapia padrão no tratamento adjuvante de câncer colorretal (CCR). Durante o tratamento com essa droga, a avaliação frequente é essencial, por seus potenciais efeitos adversos. Estes incluem leucopenia, anemia, alteração de função hepática e, menos frequentemente, encefalopatia por disfunção do sistema nervoso central (SNC), excluídas outras etiologias. A quimioterapia sistêmica com capecitabina atinge em menor proporção o SNC por proteção da barreira hematoencefálica. Desse modo, os sintomas neurológicos, quando ocorrem, tendem à rápida resolução após retirada do medicamento.

Objetivos

Objetivos: Descrever um caso de encefalopatia induzida por capecitabina durante tratamento de CCR.

Descrição do Caso

Descrição do caso: Mulher, 53 anos, com hipertensão, diagnosticada com carcinoma de células escamosas invasivo de canal anal há 4 meses da admissão. Estava em tratamento quimioterápico neoadjuvante há 7 dias com capecitabina e radioterapia. Após início de tratamento referia astenia, náuseas, vômitos, e há 2 dias da admissão apresentou alteração comportamental com rebaixamento de nível de consciência. A paciente foi encontrada por familiares caída, com descrição que sugeriu crise generalizada. Ao exame neurológico apresentava atenção flutuante e movimentos estereotipados em membros superiores. Em laboratório foi observada hiponatremia leve. Sem outros achados clínicos ou laboratoriais. No segundo dia de internamento evoluiu com piora do quadro comportamental e neurológico, associado ao surgimento de sinais cerebelares com fala escandida e incoordenação motora. Em virtude do cenário, foi suspensa a capecitabina, solicitadas ressonância magnética de crânio e líquor cefalorraquidiano. Resultados não evidenciaram alterações. Sorologias para herpes tipos 1 e 2 em líquor negativas. Demais exames labratoriais e de imagem sem alterações. Após suspensão medicamentosa, a paciente evoluiu com melhora de sintomas neurológicos em dias, com melhora do nível de consciência e sem novos episódios de movimentos estereotipados.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusões: Embora condição rara, a encefalopatia induzida por capecitabina pode ser grave. Considerando a prescrição frequente no tratamento oncológico, reforça-se a importância de (re)conhecer esse potencial efeito adverso associado, tendo em vista que a identificação, diagnóstico precoce e acompanhamento conjunto são essenciais para um tratamento eficaz.

Área

Tema Livre

Instituições

Hospital Barão de Lucena - Pernambuco - Brasil

Autores

ANA LAISA ANDRADA OLIVEIRA, AMANDA MARIA CAVALCANTI ANCILON ALVES, JOSÉ REGINALDO ALVES DE QUEIROZ JÚNIOR, ROSA MARIA ALMEIDA GURGEL DE AZEVEDO MACÊDO, FERNANDA DA CUNHA ANDRADE CIRNE DE AZEVEDO