Dados do Trabalho

Título

Perfil Epidemiológico dos Transtornos Tireoidianos Relacionados à Deficiência de Iodo no Nordeste do Brasil de 2014 a 2024.

Fundamentação/Introdução

Fundamentação/Introdução: A iodação do sal de cozinha teve como objetivo suprir a deficiência desse micronutriente na população. Porém, um número relevante de casos de hipotireoidismo grave relacionado à deficiência de iodo (mixedema endêmico) ainda é registrado no Nordeste do Brasil. O estado nutricional de iodo é influenciado por fatores ambientais e químicos, aos quais populações vulnerabilizadas estão mais expostas.

Objetivos

Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico das internações por transtornos tireoidianos relacionados à deficiência de iodo no Nordeste do Brasil de junho de 2014 a junho de 2024.

Delineamento e Métodos

Delineamento e Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico observacional descritivo com delineamento transversal, a partir dos dados disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde sobre as taxas de internação hospitalar devido transtornos tireoidianos relacionados à deficiência de iodo. As variáveis analisadas foram: ano de internação, caráter de internação, regime de internação, unidade da federação, sexo, raça e faixa etária.

Resultados

Resultados: Foram registradas 847 internações por transtornos tireoidianos relacionados à deficiência de iodo no Nordeste do Brasil. Os anos de maior incidência foram: 2017, com 127 casos (14,9%); 2015 e 2019, ambos com 119 casos (14%) e 2016, com 113 casos (13,3%). Dentre as internações, 296 (34,9%) foram em caráter de urgência e o regime de internamento foi ignorado na grande maioria das internações: 677 (79,9%). Os estados mais afetados foram: Pernambuco, com 457 casos (53,9%); Ceará, com 107 casos (12,6%) e Maranhão, com 99 casos (11,6%). O sexo feminino representou 80,4% das internações, com 681 casos registrados. A população parda foi a mais afetada, com 601 casos (70.9%). As faixas etárias mais afetadas foram: 40 a 49 anos, com 187 casos (22%); 50 a 59 anos, com 159 casos (18,7%); 30 a 39 anos com 136 casos (16%) e 60 a 69 anos, com 115 casos (13,5%). A análise dos dados revelou que 7 casos resultaram em óbito.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações finais: O mixedema endêmico ainda é prevalente no Nordeste do Brasil, acometendo predominantemente mulheres de pele parda, na transição entre a idade reprodutiva e a menopausa, principalmente nos estados Pernambuco e Ceará. Este estudo tem o intuito de fornecer informações para o desenvolvimento de intervenções nas redes de atenção à saúde de populações vulneráveis à deficiência de iodo, a fim de reduzir o agravamento dos casos, que leva a hospitalizações e óbitos.