Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Doença hepática gordurosa não alcóolica em mulheres pós-menopausa

Fundamentação/Introdução

Em mulheres, é descrito um aumento da incidência da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) com a idade, principalmente após a menopausa, visto que estas apresentam uma diminuição dos níveis séricos de estrógeno e sofrem alterações na composição corporal, tornando-as mais vulneráveis ao desenvolvimento e gravidade da doença.

Objetivos

Avaliar a associação da DHGNA nas mulheres na pós menopausa.

Delineamento e Métodos

Estudo clínico transversal, descritivo tipo survey, com abordagem analítica quantitativa. Os dados foram coletados em quatro centros de referência de ultrassonografia (USG) no período de 1 ano. Os critérios de inclusão foram mulheres de 14 a 80 anos de idade e os critérios de exclusão foram consumo de álcool ≥ 70g por semana nas mulheres, portadoras de neoplasias malignas primárias do fígado, doenças crônicas do fígado e/ou deficiência cognitiva e uso regular de drogas indutoras de esteatose hepática (esteroides, amiodarona e tamoxifeno). O procedimento de coleta de dados foi dividido em duas etapas. A primeira etapa consistiu na assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, aplicação do questionário com informações sociodemográficas e aferição de medidas antropométricas - peso, altura e circunferência da cintura (CC). Também foi realizado o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), calculado pelo índice de Quetelet. A idade média considerada como ponto corte para menopausa foi de 51 anos. Para se formular a hipótese diagnóstica de DHGNA, o consumo de álcool diário dos pacientes foi < 40 g/dia. Já na segunda etapa, o exame de USG abdominal foi realizado com todos os pacientes em preparo adequado. Com isso, a esteatose hepática foi classificada em graus, variando de 0 a 3, sendo 3 a esteatose mais severa.

Resultados

Foram avaliadas 601 mulheres com idade mínima de 14 anos e máxima de 76 anos, com uma idade média de 40,2. Do total da amostra, 154 (25,6%) foram diagnosticados com DHGNA. onde 77 (50,0%) correspondiam ao grau 1; 69 (44,8%) ao grau 2 e 8 (5,2%) apresentavam grau 3. O IMC médio foi de 25,8 (±5,8) kg/m2. Em relação à CC a média foi de 25,8 (±5,8) cm.

Conclusões/Considerações finais

Constatou-se uma associação estatisticamente significativa entre DHGNA e mulheres no período pós-menopausa, além de que os dados antropométricos (IMC e CC) mostraram ter uma significativa relação com os graus. Ademais, a idade referente a essa fase mostrou ser um grande fator para maior gravidade da doença.

Área

Tema Livre

Instituições

Universidade Tiradentes - Sergipe - Brasil

Autores

GABRIELA VIEIRA BARBOSA, Vitória Santos Lima, Victor Hugo Silveira Teles, Bárbara Conceição Ferreira Moura, Josilda Ferreira Cruz