Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

A associação entre Miastenia Gravis e Timoma: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

A Miastenia Gravis (MG) é uma doença neurológica rara da junção neuromuscular, em que cerca de 10% dos pacientes têm timoma. Estima-se que a mortalidade seja de 5 a 9%, com o diagnóstico precoce estando associado a um melhor prognóstico.

Objetivos

Analisar a relação entre a MG e o timoma, seu diagnóstico e tratamento.

Descrição do Caso

Paciente do sexo feminino, 39 anos, buscou atendimento médico queixando-se de fraqueza muscular persistente e afasia junto com engasgos frequentes há cerca de um ano, com recente intensificação desses episódios. A paciente relatou dificuldade em sorrir e em sustentar os olhos abertos por um período prolongado, além de apresentar piora dos sintomas aos esforços e ao final do dia, em contraste com a melhora dos sintomas no repouso. O exame físico evidenciou ptose palpebral bilateral, dificuldade na articulação da fala e fraqueza muscular proximal próximo aos membros superiores e inferiores. O reflexo pupilar se manteve sem alterações e não houveram sinais de déficit de sensibilidade. Diante do apresentado, o diagnóstico provável foi de MG. Foram usados exames complementares para a conclusão do diagnóstico. Ao ser realizada a eletromiografia (EMG), os resultados indicaram diminuição gradual da amplitude do potencial de ação muscular com estimulação repetitiva, sendo compatível com o diagnóstico de MG. Os testes laboratoriais apontaram a presença de anticorpos contra os receptores de acetilcolina (AChR), reforçando o diagnóstico de MG. A tomografia computadorizada de tórax evidenciou uma massa mediastinal, reforçando a possibilidade de um timoma e, portanto, a paciente foi encaminhada para a timectomia. Como tratamento, foram administrados piridostigmina e prednisona e foi realizada a timectomia. O tratamento apresentou bons resultados, com melhora significativa na força muscular e na capacidade do paciente de realizar atividades diárias. A timectomia foi realizada com êxito e a biópsia constatou a presença de um timoma tipo AB, um subtipo que é comumente associado à MG.

Conclusões/Considerações Finais

Evidências associam o timoma com resposta imune iniciada contra os AChR. Logo, a busca por anticorpos anti-AChR é fundamental no diagnóstico de pacientes com timoma. A timectomia é a abordagem de escolha para tratamento de timoma em pacientes com MG. O uso de imunossupressores, como os corticosteróides, pode ser necessário como terapia adjuvante, contribuindo para um bom prognóstico a longo prazo.

Área

Tema Livre

Instituições

Centro Universitário Serra dos Órgãos - Rio de Janeiro - Brasil, Faculdade de medicina de Olinda - Pernambuco - Brasil, Universidade do Oeste Paulista - São Paulo - Brasil, Universidade Federal de Catalão - Goiás - Brasil, Universidade Federal do Vale do São Francisco - Pernambuco - Brasil

Autores

LETICIA CRISTINA DE SOUZA JACOME, Julia Cavalcanti Brito, Nathália Winttr Cariello, Amanda Mendes Santos, Tainá Bahia Ricardo