Dados do Trabalho

Título

Mudança de foco na terminalidade de vida: conforto e dignidade. Relato de caso.

Introdução/Fundamentos

Cuidados de conforto são um conjunto de ações de uma equipe interdisciplinar, em que cada profissional contribuirá para que o paciente, em estado terminal, tenha dignidade no seu processo de terminalidade da vida. Essas ações são diariamente introduzidas no cotidiano dos serviços de saúde, tanto para os profissionais quanto para a população.

Objetivos

Objetivo: Relatar o processo de instauração de cuidados de conforto em caso de paciente internada em hospital terciário com doença terminal.

Descrição do Caso

Paciente GJR, 68 anos, sexo feminino, viúva, diagnostico prévio de hipertensão arterial sistêmica, diabetes melitus tipo 2, insulino dependente e imobilidade secundária a dor sentida a mobilização de membro inferior esquerdo. Internada em enfermaria de clínica médica, sob diagnostico de cistite de repetição: 4 episódios nos 5 meses anteriores à admissão. Tratada inicialmente com ceftriaxona por 7 dias, sem sucesso. Alterado para meropenem com base na urocultura. No internamento evidenciou-se tumoração em fossa ilíaca esquerda, dolorosa e aderida. Investigação diagnóstica com tomografia contrastada revelou tumoração de 9,2x8,8x12,5cm em topografia de colo uterino, que, após realização de biópsia, foi caracterizado como carcinoma bem diferenciado do colo do útero. Dado os escores PPS 30, E-prognosis 6, e Ecog. 4, foram instituídos cuidados de conforto em todas as principais esferas das 4 dimensões da experiência humana: física - com alívio da dor realizado pela morfina em bomba de infusão; psicoespiritual - da paciente com sua crença; ambiental - com fornecimento de utensílios pessoais do seu cotidiano e alimentação caseira solicitada e liberada pela equipe; e no âmbito social - com a flexibilização da visita da neta, solicitada pela paciente. Após tais medidas, verificou-se aceitação mais tranquila do diagnóstico pela paciente e melhora do controle álgico. Evoluiu com piora do quadro após obstrução intestinal refratária, progredindo para óbito sem fácies de dor ou relato de desconforto, acompanhada de perto por familiares e com rotina mais próxima de seu cotidiano.

Conclusões/Considerações Finais

Observou-se melhor aceitação da doença pela paciente, com otimização de controle de dor, suporte familiar e assistencial. O aperfeiçoamento da assistência no fim da vida resulta em qualidade de vida ao entregar dignidade em sua finitude, e depende fundamentalmente da ação de equipe multidisciplinar.