Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

PARALISIA PERIÓDICA HIPOCALÊMICA TIREOTÓXICA: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A paralisia periódica (PP) tireotóxica é uma forma adquirida de PP hipocalêmica e uma complicação rara do hipertireoidismo com manifestação neuromuscular relacionada. Costuma ocorrer em pacientes jovens, em torno de 20-40 anos, do sexo masculino após exercício extenuante ou ingestão de refeições ricas em carboidratos.

Objetivos

Relatar um caso de uma desordem neuromuscular rara em um paciente com doença de Graves.

Descrição do Caso

C.S.N, 37 anos, masculino, deu entrada em urgência hospitalar com história de astenia iniciada há 4 dias da admissão após realizar exercícios de musculação, tal queixa progrediu para fraqueza de membros inferiores no dia seguinte e o mesmo relata que houve piora progressiva, a qual culminou em plegia proximal. Dois dias antes da admissão apresentou também diminuição de força em braços. Internado para investigação do quadro clínico foi realizado tomografia de crânio e coluna sem alterações visíveis ao método, além disso, foi coletado exame de líquor que também não evidenciou alterações. Em exames laboratoriais foi flagrado potássio abaixo do valor de referência: 2,22, bem como creatinofosfoquinase: 1760. Sorologias virais, fator reumatóide, VDRL todos não reagentes, assim como PTH e vitamina B12 dentro da normalidade, porém evidenciado hormônio tireoestimulante (TSH) <0,01 e tiroxina livre 2,45. Quando questionado o paciente refere que fazia uso de tapazol e propranolol, mas que havia parado o uso há 1 mês. Diante desse contexto, foi solicitado tri-iodotironina com resultado de 5,9 e anticorpo anti receptor de TSH (TRAB) 29,6, ambos acima dos valores da normalidade. Foi realizado reposição de potássio e retornado tapazol na dose de 20 mg, 1 vez ao dia e propranolol 40 mg de 12/12 horas. Após normalização dos níveis de potássio, o mesmo apresentou resolução completa dos sintomas musculares.

Conclusões/Considerações Finais

A paralisia periódica hipocalêmica é uma entidade rara, com casos ainda mais escassos quando está relacionada à tireotoxicose. É importante conhecer a etiologia, pois o controle do hipertireoidismo é essencial para que a condição não volte a recorrer.

Área

Tema Livre

Instituições

Hospital Mestre Vitalino - Pernambuco - Brasil, Universidade Federal de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

ANNY BEATRIZ DE ARAUJO GOIS, WESLEY SILVA SEVERIANO TÔRRES, MARIA MIRELLY COSTA, THAYSA MONTEIRO SOBREIRA, BRUNO TENÓRIO ROCHA