Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

DOR TORÁCICA COMO MANIFESTAÇÃO DE ESPONDILITE ANQUILOSANTE: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

Classicamente, a Espondilite Anquilosante (EA) tem sido considerada mais prevalente em homens. Ademais, a população feminina apresenta sintomas menos comuns da EA, a exemplo da dor torácica. Esses fatores provocam um maior atraso no diagnóstico dessa entidade em mulheres. O que, apesar de estudos recentes indicarem uma crescente prevalência do sexo feminino, provoca um maior retardo diagnóstico e, por conseguinte, gera níveis mais altos de dor e pior qualidade de vida em mulheres portadoras da EA. Na terapêutica da EA, pode ser utilizada a infusão de imunobiológicos. Dentre eles, o Infliximabe que pode estar relacionado à dor torácica durante a infusão da droga, mas não tardiamente à administração.

Objetivos

Relatar um caso de dor torácica como uma das manifestações comuns de espondilite anquilosante (EA).

Descrição do Caso

Mulher, 74 anos, admitida na emergência com relato de dor em hemitórax esquerdo de forte intensidade, de caráter pleurítico, com limitação na expansibilidade pulmonar, associada a dispneia, sem irradiações, há 1 dia. Sem fatores de melhora, que piorava ao decúbito dorsal. Refere ser portadora de EA, com diagnóstico há 2 meses, tendo sido feita a segunda dose de Infliximabe 5 dias antes do início do quadro. Na admissão, foi realizado eletrocardiograma, sem sinais de isquemia aguda. Colhida troponina, com valor de 758 ng/L (valor de referência inferior a 40 ng/L), prosseguindo-se com cateterismo cardíaco, sem evidência de ateromatose. Em paralelo, D-dímero de 1.765 ng/mL (valor de referência inferior a 500 ng/mL). Ultrassom doppler de membros inferiores sem sinais de trombose venosa profunda. Tomografia computadorizada de tórax com protocolo para tromboembolismo pulmonar negativo. Prosseguido investigação com ressonância magnética cardíaca e angioressonância de aorta torácica evidenciando derrame pericárdico discreto e derrame pleural discreto à esquerda, com ausência de realce tardio ou edema miocárdico. Apresentou bom controle álgico com corticoterapia (40 mg de prednisolona por 3 dias), em condições de alta após melhora clínica e orientação de acompanhamento ambulatorial.

Conclusões/Considerações Finais

A peculiaridade epidemiológica e clínica da EA na população feminina, torna salutar o conhecimento dessa entidade para melhor manejo e promoção de saúde integral das mulheres portadoras da doença. Por isso, é essencial a disseminação de conhecimento nesse ínterim para elevar o grau de suspeição da entidade entre a comunidade médico-científica.

Área

Tema Livre

Instituições

Hospital Esperança Recife - Pernambuco - Brasil

Autores

JÓZIMO ALVES FEITOSA NETO, BEATRIZ CAVALCANTI REGIS, Arthur Mendes Vilar , Daniela De Alencar Menezes, ANDREIA PIMENTEL TOSCANO