Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

HIPOMAGNESEMIA SECUNDÁRIA AO USO CRÔNICO DE ESOMEPRAZOL COM HIPOCALCEMIA E HIPOCALEMIA

Introdução/Fundamentos

Esomeprazol, um inibidor da bomba de prótons (IBP), é amplamente utilizado para tratar refluxo gastroesofágico e úlceras pépticas. Contudo, o uso prolongado de IBPs pode causar desequilíbrios eletrolíticos, como hipomagnesemia, afetando também cálcio e potássio. Este relato descreve um caso de hipomagnesemia severa associada ao uso crônico de esomeprazol, resultando em hipocalcemia e hipocalemia.

Objetivos

Relatar um caso clínico de hipomagnesemia com consequente hipocalcemia e hipocalemia associadas ao uso de IBPs, destacando os mecanismos fisiopatológicos envolvidos e a importância do monitoramento de eletrólitos em pacientes sob tratamento prolongado com esses medicamentos.

Descrição do Caso

Paciente de 49 anos, masculino, com gastrite tratada com Esomeprazol 40 mg/dia por 15 anos. Apresentava hipertensão controlada com Candesartana e Felodipino. Admitido com fraqueza muscular, tremores e câimbras. Exames laboratoriais revelaram hipomagnesemia severa (0,3 mg/dL), hipocalcemia (cálcio corrigido de 6,6 mg/dL) e hipocalemia (3,06 mg/dL). A revisão do histórico indicou o uso crônico de Esomeprazol como possível causa dos desequilíbrios eletrolíticos.
A hipomagnesemia causada por IBPs é explicada pela redução da absorção de magnésio no trato gastrointestinal, impactando cálcio e potássio. A hipomagnesemia severa pode provocar hipocalcemia ao reduzir a liberação de paratormônio e alterar a absorção de cálcio. A hipocalemia pode resultar da perda renal de potássio associada à hipomagnesemia.
Exames adicionais mostraram função renal e eletrólitos urinários normais, sem outras causas evidentes para os desequilíbrios. Foi recomendada a troca do esomeprazol por Famotidina, suplementação de magnésio, cálcio e potássio, além de orientação dietética.
Após a suspensão do Esomeprazol e início da suplementação, os níveis de magnésio, cálcio e potássio melhoraram gradualmente, com diminuição dos sintomas. O paciente foi monitorado regularmente para garantir a normalização dos eletrólitos.

Conclusões/Considerações Finais

Este caso ilustra a complexidade dos desequilíbrios eletrolíticos associados ao uso crônico de Esomeprazol. A hipomagnesemia severa pode levar a alterações secundárias nos níveis de cálcio e potássio, reforçando a importância do monitoramento contínuo em pacientes que utilizam IBPs por longos períodos. A intervenção precoce é fundamental para o manejo eficaz dos efeitos adversos e a manutenção da saúde do paciente.

Área

Tema Livre

Instituições

Real Hospital Português - Pernambuco - Brasil

Autores

KARLOS EDUARDO ALVES SILVA, BRUNNA HAIMENIS, MILANE RODRIGUES BARBACHAN, GUILHERME TORRES LISBOA FURTADO, JORGE LUIZ CARVALHO FIGUEIREDO