Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Análise da Influência do Transtorno Depressivo Maior na Descompensação da Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida: Relato de Caso

Introdução/Fundamentos

A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença debilitante e progressiva, caracterizada por dispneia, edema e fadiga, frequentemente associada à depressão, que pode ser até cinco vezes mais comum em casos de IC. A relação entre essas condições é complexa, pois compartilham diferentes vias fisiopatológicas, como a desregulação de vias inflamatórias e a hiperatividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Essa interação agrava os desfechos clínicos em pacientes com IC, comprometendo o autocuidado, a adesão ao tratamento e aumentando o risco de descompensação cardíaca.

Objetivos

Analisar o impacto da depressão em quadros de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr).

Descrição do Caso

Mulher, 50 anos, com diagnóstico prévio de ICFEr com fração de ejeção (FE) de 45%, portadora de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2 e transtorno depressivo maior, compareceu para consulta de acompanhamento na Cardiologia. Fazia uso de Entresto 200 mg, Atenolol, Furosemida, Espironolactona, Dapagliflozina, Ivabradina, Apresolina, Digoxina e Glifage XR, além de Amitriptilina e Zolpidem para controle da ansiedade e depressão. Relatou episódios recorrentes de conflitos familiares, com piora dos sintomas depressivos, como humor deprimido, anedonia, insônia e perda de apetite. Foi encaminhada à psicologia e solicitado um Ecocardiograma Transtorácico (ETT) com Doppler. No retorno, apresentou laudo de transtorno depressivo severo e ETT com FE de 38%, indicando piora considerável na função cardíaca. Foi, então, prescrito ajuste das doses de Furosemida, Atenolol, Entresto, Ivabradina e Amitriptilina. Além disso, a paciente foi encaminhada para sessões de aconselhamento familiar com psicóloga e reforçada a importância da adesão ao tratamento para o controle dos sintomas. Após três meses de tratamento intensivo, a paciente retornou com melhora dos sintomas de IC, incluindo redução da dispneia e do edema, com novo ecocardiograma demonstrando FE de 42%. Também relatou melhora dos sintomas depressivos e aumento da motivação para seguir o tratamento e suas atividades diárias. Ademais, foram realizados cateterismo, o qual não indicou isquemia, e exames para doenças pulmonares, que deram negativos.

Conclusões/Considerações Finais

A abordagem multidisciplinar, combinando intervenções médicas e psicológicas, melhorou os sintomas, elevou a FE para 42% e trouxe avanços emocionais significativos, reforçando a importância de um tratamento integrado para um bom prognóstico.

Área

Tema Livre

Instituições

Faculdade de Medicina de Olinda - Pernambuco - Brasil

Autores

LARISSA SOUZA BEZERRA, Isaac Vinicius Dantas Ribeiro, Letícia Maria Silva Evangelista, Liz Camila Labrada Quevedo, Antonio Diego Campos Falcão