Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

SINTOMAS DE MAIOR PREOCUPAÇÃO PARA IDOSOS EM CONTEXTO DE FIM DE VIDA: IMPLICAÇÕES À PRÁTICA CLÍNICA

Fundamentação/Introdução

O envelhecimento populacional contemporâneo, vinculado ao aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, desafia a atuação médica a oferecer um cuidado integral aos pacientes, especialmente no contexto de fim de vida. A identificação e o manejo adequado dos sintomas que emergem nesta fase são essenciais para proporcionar maior conforto aos idosos assistidos. Compreender as prioridades e os sintomas citados como principais preocupações no fim da vida, como dispneia, medo de dar trabalho aos outros e a dor, permite orientar a prática clínica e promover um cuidado mais alinhado com os valores, desejos e receios dos pacientes.

Objetivos

Identificar os sintomas de maior preocupação entre idosos recifenses em contexto de fim de vida e discutir suas implicações para a prática clínica.

Delineamento e Métodos

Realizou-se um estudo de corte transversal com componente analítico com idosos atendidos ambulatorialmente em hospital de referência em geriatria no Nordeste. A amostra incluiu 650 participantes com 60 anos ou mais, excluindo aqueles com déficits cognitivos. Utilizou-se um questionário validado baseado no projeto PRISMA, abordando preferências e prioridades em situação hipotética de fim de vida. A análise descritiva foi realizada no software Stata 13.0®, com frequências absolutas e relativas.

Resultados

Dos 650 idosos, 66,8% eram mulheres e 56,8% tinham entre 60-69 anos. Ao considerarem um cenário fictício de fim de vida, 86,7% prefeririam ser informados sobre sintomas e problemas que poderiam surgir com a progressão da doença. Os principais sintomas de preocupação foram: dispneia (34,6%), dar trabalho aos outros (27,9%) e dor (15,4%), sucedidos de estar sozinho (7,5%) e estar preocupado e em estresse (5,5%). Não houve diferença significativa entre os sexos quanto às preferências por saber sobre o prognóstico ou sintomas de maior preocupação.

Conclusões/Considerações finais

Idosos recifenses preferem ser informados sobre seu prognóstico e apresentam como principais preocupações dispneia, dar trabalho aos familiares e cuidadores e a dor — sintomas que afetam a qualidade de vida e refletem preocupações emocionais e sociais. Esses achados evidenciam a necessidade de uma abordagem que priorize a identificação precoce e manejo adequado desses sintomas, promovendo uma prática clínica que integre aspectos físicos, emocionais e sociais, possibilitando a promoção de um cuidado mais alinhado às necessidades do paciente idoso.

Área

Tema Livre

Instituições

FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE - Pernambuco - Brasil

Autores

SOFIA CRONEMBERGER TENÓRIO, BRUNA DA MOTTA CLEMENTE, JÚLIA SANTOS MAIA, MARIA JÚLIA GONÇALVES DE MELLO, WAGNER GOMES REIS GALVÃO