Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso: Apresentação de asma grave em paciente com imunodeficiência comum variável

Introdução/Fundamentos

Introdução: Imunodeficiência Comum Variável tem sido marcadamente relacionada com múltiplas manifestações clínicas, desde diarreia até dispneia, com infecções recorrentes e fenótipo clínico de doenças autoimunes, levando ao difícil diagnóstico precoce da condição.

Objetivos

Objetivos: Relato de caso de Imunodeficiência comum variável associado a asma de difícil controle.

Descrição do Caso

Caso Clínico: C.J.C.S, 45 anos, homem, vinha sendo acompanhado há 07 na gastroenterologia por quadro de diarreia inflamatória onde foi dado o diagnóstico de RCU com pancolite e abscesso em criptas, porém apesar do adequado diagnóstico paciente vinha com pobre resposta ao tratamento, tendo frequentemente atividade de doença colonoscópica assim como sintomas clínicos. Associado a esse quadro apresentava ainda dispneia aos mínimos esforços com tosses e expectoração purulenta, solicitado tomografia de tórax que evidenciou bronquiectasias, vidro fosco de permeio e nódulos com características de partes moles e em espirometria apresentou Capacidade Vital Forçada (CVF) 2,03 (44%), Volume Expiratório Final no 1s (VEF1) 1,15 (30%), Relação VEF1/CVF 56,5 (67%) e pós broncodilatador CVF 1,99 (43%), VEF 1 1,18 (31%) e Relação VEF1/CVF 59,2 (70%), optado por iniciar o tratamento para distúrbio ventilatório obstrutivo grave e iniciado terapia inalatória dupla, porém paciente com baixa resposta ao tratamento apesar das técnicas inalatórias adequadas, ajustado para terapia inalatória tripla com baixa resposta e optado por aprofundar investigação, solicitado portanto perfil linfocitário, assim como dosagem das Imunoglobulinas, o paciente apresentou IgA 0, IgG 70 e IgM de 3,16 todas abaixo do percentil 3 para idade e sexo e diante do exposto e excluído causas secundárias de deficiência de imunoglobulinas, diagnosticado como Imunodeficiência Comum Variável sendo iniciado a infusão de gamaglobulina quinzenal com boa resposta da parte da RCU com melhora colonoscópica, porém mantendo baixa resposta clínica do ponto de vista respiratório com discreta melhora espirométrica. Atualmente paciente aguardando realização de teste genético e mantendo infusão de gamaglobulina.

Conclusões/Considerações Finais

Imunodeficiência Comum Variável tem suas diversas formas de apresentação, dentre elas existem quadros pulmonares específicos da doença como a Doença Pulmonar Intersticial Granulomatosa Linfocítica que pode ter seu diagnóstico dificultado pelos achados clínicos inespecíficos podendo se apresentar inicialmente como asma de difícil controle.

Área

Tema Livre

Instituições

Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Pernambuco - Pernambuco - Brasil, Hospital Miguel Arraes - Pernambuco - Brasil

Autores

IGOR MELO, Filipe Sarinho, Mateus Rios, Liliane Vieira, Bruno De Medeiros