Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Hipogonadismo Funcional em Paciente Obeso com Prática Regular de Atividade Física: Um Relato de Caso

Introdução/Fundamentos

O hipogonadismo funcional (HF) é uma condição clínica caracterizada pela coexistência de traços de deficiência androgênica associada a baixos níveis de Testosterona sérica, e que ocorrem na ausência de alterações estruturais no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal ou de patologias que o suprimam. A compreensão dessa condição exige uma avaliação detalhada para diferenciar o HF de outras causas de baixa testosterona e para identificar fatores que contribuem para sua manifestação, como a obesidade e a síndrome metabólica.

Objetivos

Relatar um caso de hipogonadismo funcional em paciente com obesidade diagnosticada por Densitometria de Corpo Inteiro e que pratica atividade física regular.

Descrição do Caso

Paciente masculino, 37 anos, com história de diminuição da libido, redução da tumescência peniana matinal e disfunção erétil com perda gradual da rigidez peniana durante o ato sexual, iniciados há 1 ano. Na consulta com o endocrinologista, ao exame físico, apresentou IMC (Índice de massa corporal) de 42 kg/m² (obesidade grau III) e relatou realizar atividade física regularmente. Diante do quadro clínico, foram realizados exames: Testosterona total 278 ng/dL, SHBG (Sex Hormone-Binding Globulin) de 22 nmol/L, e demais exames relativos à hipófise e gônadas dentro da normalidade. Uma ressonância magnética da sela túrcica não revelou alterações e uma densitometria de corpo inteiro foi compatível com obesidade grau I (Fat Mass Index de 11,3). Considerando a ausência de alterações estruturais hipofisárias, bem como a redução nos níveis de testosterona e os demais hormônios hipofisários e gonadais dentro da normalidade, somados à presença de obesidade, aventou-se o diagnóstico de HF. Optou-se por iniciar o tratamento com Clomifeno na dose de 50 mg/dia, associado a mudança no estilo de vida. Na reavaliação 35 dias após, relatou perda de 5 kg e melhora das queixas iniciais. Trouxe exames que demonstraram Testosterona total 512 ng/dL e SHBG 38 nmol/L. A melhora clínica e o aumento dos níveis de testosterona demonstram uma resposta terapêutica eficaz à mudança de estilo de vida e tratamento medicamentoso.

Conclusões/Considerações Finais

O caso demonstrou que o HF pode ser efetivamente tratado com uma abordagem combinada. Além disso, reforça que em alguns pacientes, ferramentas como o IMC podem perder a acurácia. A resposta positiva do paciente, denota a importância de uma estratégia integrada que aborde tanto fatores hormonais quanto comórbidos para o manejo do HF.

Área

Tema Livre

Instituições

Centro Universitário Maurício de Nassau - Pernambuco - Brasil, Universidade Católica de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

MATHEUS VINICIUS MARIANO DE MATOS, RAYANNE DA CUNHA MENDES, JEFFERSON FILIPE SILVA DE OLIVEIRA, SÉRGIO RICARDO DE LIMA ANDRADE