Dados do Trabalho
Título
Interações medicamentosas em UTIs: prevalência e fatores associados na região do Seridó, RN.
Fundamentação/Introdução
A interação medicamentosa (IM) ocorre quando a ação de um medicamento é alterada pela administração simultânea ou anterior de outros medicamentos. Identificar potenciais IMs tornou-se desafiador devido ao contínuo desenvolvimento de novos fármacos e prescrições cada vez mais complexas. Fatores como o número de medicamentos prescritos, a duração do tratamento, a idade do paciente e as condições de saúde podem indicar possíveis interações. A polifarmácia é um fator determinante para essas interações. Em unidades de terapia intensiva (UTI), onde o tratamento de pacientes graves é complexo, é crucial monitorar IMs e Eventos Adversos a Medicamentos (EAM). Segundo a OMS, um EAM é qualquer resposta prejudicial e não intencional a medicamentos em doses usuais, e as Reações Adversas a Medicamentos (RAMs) são uma das principais causas de morbidade e mortalidade, com 6 a 15% dos pacientes hospitalizados apresentando RAMs graves.
Objetivos
Identificar e analisar as IMs mais prevalentes na UTI de um Hospital Regional no Seridó.
Delineamento e Métodos
A coleta de dados envolveu a revisão de prontuários entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023, incluindo pacientes maiores de 18 anos, internados entre janeiro e fevereiro de 2021 e janeiro de 2022, com permanência mínima de 120 horas. Excluíram-se pacientes com prescrições ilegíveis, não datadas ou não assinadas. As interações foram classificadas por gravidade, tempo de início e nível de evidência. O estudo seguiu a resolução 466/12 e foi aprovado pelo CEP da FACISA/UFRN, parecer nº 6.033.400.
Resultados
A idade média foi de 65,9 anos. Cada paciente teve em média 2 comorbidades e usou 10,62 medicamentos por prescrição, com variação de 7 a 13,9. IMs ocorreram em 100% dos pacientes. Foram identificadas 420 IM em 267 pares distintos, com média de 28 IM por pessoa. Os medicamentos mais envolvidos foram Dipirona e Furosemida. As IMs mais prevalentes foram Furosemida e Dipirona, Omeprazol e Dipirona, e Fentanil e Dipirona, com gravidade variando de moderada a mínima. Das IMs, 11,9% foram mínimas, 78,09% moderadas e 10% graves, com 7 combinações graves recomendadas para serem evitadas.
Conclusões/Considerações finais
O estudo revela alta prevalência de interações medicamentosas na UTI, afetando todos os pacientes analisados, e destaca a importância da vigilância farmacológica e clínica. Reafirma-se a necessidade de mais estudos para melhor compreensão e desenvolvimento de protocolos clínicos que possam prevenir e gerenciar essas interações de forma eficaz.
Área
Tema Livre
Instituições
ESCOLA MULTICAMPI DE CIÊNCIAS MÉDICAS - Rio Grande do Norte - Brasil, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - Rio Grande do Norte - Brasil
Autores
WELLBER DRAYTON BRAGA GALDINO, STEFANY FORTIELLE CARAPINA DA CRUZ DOS SANTOS, SAULO SILAS VIANA DE OLIVEIRA COSTA, KELLY SAMARA DE LIMA MOTA, ALAINE MARIA DOS SANTOS SILVA