Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Neurocriptococose recidivante em paciente imunocompetente: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

A meningoencefalite é o principal forma de acometimento em pacientes imunocompetentes com Criptococose, sendo responsável por 80% dos casos na forma isolada ou em associação com o quadro pulmonar. Em geral, o Cryptococcus gattii é o principal agente associado à infecção nesses indivíduos.

Objetivos

Este trabalho visa relatar um caso de meningoencefalite recidivante pelo Cryptococcus neoformans em uma paciente imunocompetente com desfecho desfavorável. Busca, ainda, revisar a epidemiologia e o manejo clínico recomendado para esses casos.

Descrição do Caso

Paciente feminina, 28 anos, imunocompetente, apresenta-se com quadro de cefaleia holocraniana, turvação visual, náuseas, vômitos e vertigem, com progressão para parestesia intermitente de Membros Inferiores (MMII), diplopia de flutuação vertical, estrabismo convergente e anisiocoria, com midríase à esquerda. Realizou Tomografia Computadorizada (TC) de crânio, sem alterações. Em análise do LCR, observou-se predomínio de mononucleares e tinta da china positiva, com lâmina sugestiva de infecção por Crytococcus neoformans, apresentando melhora dos sintomas após a punção. Foi então iniciado o tratamento com Anfotericina Desoxicolato, substituído pela forma Lipossomal após piora da função renal, em associação a Fluconazol, Acetazolamida e Topiramato.
Recebeu alta em uso de fluconazol para terapia de manutenção a nível ambulatorial, retornando após 22 dias com relato de crise convulsiva focal, sonolência e paresia de MMII, com TC e RNM admissionais revelando área de edema vasogênico e hipoatenuação sugestivo de criptococoma. Optou-se por início de esquema terapêutico com Anfotericina B Lipossomal, Flucitosina e Dexametasona. Apesar disso, a paciente manteve aumento progressivo de edema vasogênico, sendo admitida em UTI e associado Fluconazol ao novo esquema de tratamento. A paciente evoluiu com nistagmo horizontal, psicose e progressão da perda de força motora. Optou-se, então, por regulação para serviço de referência em neurocirurgica, visando abordagem de possível criptococoma identificado nos exames de imagem, onde a paciente evoluiu com óbito.

Conclusões/Considerações Finais

Há poucos estudos voltados à investigação da terapêutica ideal no tratamento da neurocriptococose em imunocompetentes. A terapia nestes indivíduos geralmente é extrapolada de estudos maiores realizados com pacientes imunocomprometidos. Portanto, a ausência de literatura específica para esses casos os torna de difícil manejo.

Área

Tema Livre

Instituições

Universidade Federal do Vale do São Francisco - Pernambuco - Brasil

Autores

RENÊ ELIAS GONÇALVES, Layene Ariely de Oliveira Barros, Talita Quirino Barbosa, Laura Gomes Pereira, Antônio Francisco de Souza Neto