Dados do Trabalho
Título
Metástase linfonodal de Carcinoma Espinocelular em paciente imunodeprimido: Relato de Caso
Introdução/Fundamentos
O carcinoma espinocelular (CEC) representa o segundo câncer de pele mais comum e seus fatores de risco incluem exposição solar excessiva, predisposição genética, imunossupressão e doenças dermatológicas. As metástases no CEC são raras, porém imunodeprimidos apresentam maior susceptibilidade para o desenvolvimento.
Objetivos
Descrever um caso de CEC com manifestação rara de metástase linfonodal em paciente imunodeprimido.
Descrição do Caso
Homem, 42 anos, pessoa vivendo com HIV, em uso regular de Terapia Antirretroviral (TARV), passado de CEC de lábios, tabagista, etilista, usuário de maconha, apresentou quadro de gastroenterite, tratando com antiparasitários, em seguida evoluiu com mal estar e astenia após episódio de libação alcoólica. No dia posterior, em consulta de rotina com infectologia assistente, relatou mudança na coloração da urina e icterícia. Em exames, houve aumento de bilirrubinas totais (BT) e transaminases (TGO e TGP) - BT: 8,41; TGO: 2520 e TGP: 2789. Foi optado pela suspensão da TARV na ocasião. Resultado de sorologia para hepatite A com IgM positivo, atribuindo o quadro clínico à uma hepatite aguda. Somado a isso, apresentava linfonodomegalia submandibular bilateralmente. Em ultrassonografia, observou-se presença de linfonodos cervicais com características atípicas, os maiores medindo 3,2x1,9 centímetros (cm) e 3,5x2,7 cm. Em Tomografia com contraste, havia espessamento dos planos cutâneos e irregularidade em lábio inferior, volumosas linfonodomegalias cervicais, principalmente em região submandibular com realce heterogêneo ao contraste, com áreas de necrose, além de outras linfonodomegalias em região submentoniana e jugular interna. Realizada punção aspirativa de um dos linfonodos suspeitos, e material foi enviado para análise. Paciente evoluiu com melhora clínica quanto ao quadro de hepatite após medidas de suporte, recebendo alta hospitalar com orientação de seguimento ambulatorial. Resultado do histopatológico em consulta subsequente, mostrou infiltração de carcinoma invasivo, formando blocos sólidos com pontes intercelulares em meio à intensa desmoplasia, confirmando metástase linfonodal do CEC de lábio. Paciente encaminhado à serviço de referência para realização de radioterapia.
Conclusões/Considerações Finais
Carcinomas espinocelular são raros de evoluir com metástase. O diagnóstico e tratamento precoce representam um desafio diante do aumento de sua incidência, mas são essenciais para alcançar um melhor prognóstico.
Área
Tema Livre
Instituições
Hospital Otávio de Freitas - Pernambuco - Brasil
Autores
CLARA DE NAZARÉ DANTAS OLIVEIRA CARVALHO, LÍVIA DHAYANY ALEXANDRE DA COSTA LIMA, ANA CAROLINE DE OLIVEIRA AQUINO, GISELE MINE SHINOHARA, SARAH DIBE SANTOS